Data: 28-04-2012
Criterio: B2ab(iii)
Avaliador: Miguel d'Avila de Moraes
Revisor: Tainan Messina
Analista(s) de Dados: CNCFlora
Analista(s) SIG:
Especialista(s):
Justificativa
Tillandsia crocata não é endêmica do Brasil. Em território nacional, a espécie tem ampla distribuição, mas sua ocorrência está restrita aos afloramentos rochosos nos Estados do Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo. A espécie ocupa uma AOO de menos de 500 km². Foram consideradas duas situações de ameaça distintas, de acordo com a presença ou ausência das subpopulações em áreas protegidas (SNUC). Atividades agropecuárias no entorno dos afloramentos rochosos vêm causando degradação do hábitat. Assim, a espécie foi avaliada como "Em perigo" (EN).
Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.
Nome válido: Tillandsia crocata (É.Morren) Baker;
Família: Bromeliaceae
Sinônimos:
T. crocata destaca-se pela presença de escamas formadas por células da ala muito alongadas, dando a falsa impressão de indumento tomentoso. As flores são aromáticas e apresentam um forte colorido amarelo-ouro, distinguindo-se facilmente de T. mallemontii, espécie muito relacionada morfologicamente que apresenta flores azuis a violeta (Wanderley et al., 2007).
No Brasil a espécie ocorre no bioma Mata Atlântica, nos Estados do Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul (Forzza et al., 2011). Wanderley et al. (2007) afirmam que a espécie distribui-se, também, da Bolívia, Uruguai até o sul da Argentina. Os mesmos autores citam pela primeira vez a presença da espécie no Estado de São Paulo.
Wanderley et al. (2007) afirmam que a espécie é rupícola e xerofítica, ocorrendo isolada ou formando pequenas touceiras em campos rupestres. Os mesmo autores afirmam que a espécie foi coletada em flores em fevereiro e agosto.
1.4.3 Tourism/recreation
Detalhes
Apesar da espécie ocorrer no Parque Estadual de Vila Velha, a área de ocorrência da espécie é intensamente impactada pela atividade antrópica em função da existência de blocos de arenito cujas formas e cores constituem atrativo degrande valor cênico. Estão alocadas na área algumas construções para uso turístico (piscina,edificação), trilhas feitas com paralelepípedos e mirante, abrigos de cimento com bancos e um reservatório de água construído em meio às rochas (Campos et al., 2004)
1.1 Agriculture
Detalhes
Moro et al. (2005) afirmam que a espécie ocorre em Áreas de Preservação Permanente na Represa de Alagados (PR), porém o habitat característico da espécie reduziu de 156,8 ha em 1980 para 76,4 ha em 2001, edificações aumentaram em 23,8% e a agricultura aumentou de 17,3 ha para 72,9 ha (322,4%).
1.1.4 Livestock
Detalhes
Apesar de a espécie estar presente na Escarpa Devoniana, no Parque Nacional dos Campos Gerais, Dalazoana (2010) afirma que boa parte dos campos nativos remanescentes encontram-se explorados pela pecuária extensiva. Para Pillar (2006), há a descaracterização dos remanescentes dos campos por pressão seletiva do pastoreio, queimadas para rebrota após o inverno, e pelo enriquecimento de pastagens com forrageiras exóticas. Apenas 74,85 ha, ou 1,1% da área da Escarpa é constituída de afloramentos rochosos.
1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: A espécie foi considerada "Criticamente em perigo" (CR) na Lista vermelha da flora do Rio Grande do Sul (CONSEMA-RS, 2002).
4.4 Protected areas
Situação: on going
Observações: Área de Proteção Ambiental da Escarpa Devoniana no Parque Nacional dos Campos Gerais (Dalazoana, 2010).
4.3 Corridors
Situação: on going
Observações: A espécie ocorre no Corredor de Biodiversidade Serra do Mar da Mata Atlântica (Martinelli et al. 2008).
- FORZZA, R. C.; COSTA, A.; SIQUEIRA FILHO, J. A. ET AL. Tillandsia in in Lista de Esp?cies da Flora do Brasil, Jardim Bot?nico do Rio de Janeiro. Jardim Bot?nico do Rio de Janeiro. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2010/FB006361>. Acesso em: 15 de Mar?o de 2011.
- WANDERLEY, M. G. L.; SHEPERD, G. J.; MELHEM, T. S. ET ALMELHEM, T. S.; WANDERLEY, M. G. L.; MARTINS, S. E. ET AL. Bromeliaceae. São Paulo, SP: FAPESP, 2007.
- CAMPOS, J. B.; TOSSSULINO, M. G. P.; DALCOMUNE, M. A. ET AL. Plano de Manejo do Parque Estadual de Vila Velha, Curitiba, PR, 2004.
- MORO, J. C.; COSTA, E. T. V.; MILANESE, S. ET AL. Comparação da Cobertura Vegetal nas Áreas de Preservação Permanente na Represa de Alagados (PR), de 1980 a 2001'. Biological and Health Science, v. 11, n. 2, p. 13-20, 2005.
- KARINE DALAZOANA. Espacialização dos Campos Nativos na Escarpa Devoniana do Parque Nacional dos Campos Gerais, PR. Dissertação de Mestrado. Ponta Grossa, PR: Universidade Estadual de Ponta Grossa, 2010.
- PILLAR, V. P. DE. Estado Atual e Desafios para a Conserva??o dos Campos, Workshop "Estado atual e desafios para a conserva??o dos campos", Porto Alegre, RS, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, p.24, 2006.
- MARTINELLI, G.; VIEIRA, C. M.; GONZÁLEZ, M. ET AL. Bromeliaceae da Mata Atlântica Brasileira: Lista de Espécies, Distribuição e Conservação. Rodriguésia, v. 59, n. 1, p. 209-258, 2008.
- MARTINELLI, G.; VIEIRA, C. M.; LEITMAN, P. ET ALSTEHMANN, J. R.; FORZZA, R. C.; SALINO, A. ET AL. Bromeliaceae. 2009. 186 p.
- CONSELHO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE, RIO GRANDE DO SUL. Decreto estadual CONSEMA n. 42.099 de 31 de dezembro de 2002. Declara as espécies da flora nativa ameaçadas de extinção no estado do Rio Grande do Sul e da outras providências, Palácio Piratini, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 31 dez. 2002, 2002.
CNCFlora. Tillandsia crocata in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora.
Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Tillandsia crocata
>. Acesso em .
Última edição por CNCFlora em 28/04/2012 - 17:01:34